quinta-feira, janeiro 19, 2006

Do azul e do branco...


Enquanto queima,
vestido de azul,
no último banco,
do lado esquerdo (porque ele é da esquerda)
do ônibus abafado,
do lado direito,
de branco,
um outro reza o terço.
São 23:30 e parafraseando alguém,
"(...) se a lua mexe com o mar,
porque seria diferente com a gente?"
E esse terço perto do sexo
e essa lua de novo.
Quente.
Vontade de pecar enquanto tanto suor escorre.
Ele beija o terço,
guarda-o na mochila
e se empanturra de biscoitos doces.
Santo de meias sujas e tatuagem no braço direito.
Sem o terço e com o jeans surrado,
lembra um coadjuvante dos filmes com James Dean.
O de azul desce do ônibus como de uma lambreta,
olhares se cruzam...
Amanhã é outro dia.